quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
A escola é o espaço de encontro de culturas, de saberes... é receptora de alunos provenientes de diferentes culturas e portadores de vivências muito próprias, sempre válidas quando partilhadas e sem enfatizar esta ou aquela cultura. Os alunos ficaram mais enriquecidos ao pesquizarem como se comemora o Natal noutros países e foi muito interessante.
Natal na Guiné-Bissau
As tradições de Natal na Guiné-Bissau são bastante diferentes das europeias. Mesmo dentro da Guiné existem grandes diferenças entre a capital do país, Bissau, e o interior do país. Independentemente do local onde vivem, cada etnia tem as suas próprias tradições e os guineenses que são católicos celebram o Natal de formas diversificadas.
No interior do país é habitual juntarem-se grupos de jovens da etnia Balanta e também de outras etnias durante a época das chuvas para fazerem a lavoura nas terras. Estes grupos são constituídos por cerca de 15 jovens. O pagamento desse trabalho é feito pelo dono de cada terra, através do pagamento de uma certa quantia ou de produtos (um porco, sacos de arroz ou outros produtos). Um dos jovens fica responsável por guardar o pagamento até à época do Natal. Com o aproximar do Natal, o grupo constrói uma barraca com folhas de palmeira, afastada da tabanca para os habitantes da aldeia não ouvirem o barulho dos festejos. Na noite de 24 de Dezembro os jovens de cada grupo juntam-se, matam um porco e dançam até à manhã de dia 25. No dia 25 convidam os mais velhos da tabanca e fazem uma grande festa onde comem, bebem, brincam e celebram durante todo o dia.
Em Bissau há missa à meia-noite na véspera de Natal. Algumas famílias fazem uma ceia na noite de 24 de Dezembro. Embora não haja nenhuma comida típica para a ceia, podem fazer pratos tradicionais da Guiné-Bissau, como caldo de chabéu, caldo branco ou outros. A etnia Bijagó tem por tradição comer caldo de chabéu. No dia de Natal a festa dura todo o dia. Algumas pessoas cortam uma árvore do Bairro da Granja e é hábito decorá-la com balões.
Natal em Cabo-Verde
O Natal é uma das festividades mais importantes em Cabo Verde, onde as celebrações têm um grande pendor religioso, cujas origens enraízam na colonização portuguesa. No entanto, o aspecto mais importante e que prevalece é o da festa da família, oportunidade para o regresso dos emigrantes e dos estudantes, que voltam à sua ilha natal para comemorar o Natal com os pais, avós e outros familiares.
Nos últimos anos, vem-se generalizando, nalgumas famílias dos centros urbanos das ilhas, o prato de bacalhau, geralmente cozido com legumes, bem como o perú assada no forno. Outro prato preferido especialmente nas zonas mais rurais é o cabrito,chamado “cabritada”. São ainda também bastante populares os bolos, os doces de coco e de leite. Os pratos dependem grandemente das tradições locais, pois, por exemplo, em Santo Antão e São Nicolau ainda é usual cozinhar também o xerén, a chanfana, e noutras ilhas como o Fogo e Santiago o djagacida e o tchacina. De forte tradição são ainda os fidjose, pastéis de milho e, ultimamente as rabanadas, os sonhos e as broas.
O dia de Natal também encerra algumas tradições especiais: a família passa este dia reunida e partilha uma refeição especial, em regra o almoço. Aqui normalmente é servido ou um prato de bacalhau ou peru assado, nas famílias de mais posses, naturalmente.
Uma tradição também muito importante no período de Natal, é o Bolo-rei. Originalmente era um bolo especial que se destinava a celebrar o Dia de Reis, a 6 de Janeiro, data em que se supõe que os Reis Magos teriam chegado a Belém para oferecer presentes ao menino Jesus. O significado específico do bolo já deixou de ser associado ao dia de Reis unicamente, sendo consumido durante toda época natalícia.
O Natal em Angola
O Natal só ficou conhecido em Angola depois que o colono português lá chegou, pois este na sua expansão colonial fazia se acompanhar sempre de missionário. Lembro aqui que, com os descobrimentos os portugueses visavam expandir o império colonial e a fé de Crista.
Com a evangelização, o Natal tornou-se uma festa hoje assumida como tradicional em Angola, sendo assim, comemorada em todo o País.
Há uma diferença entre o Natal das cidades e das aldeias.
Nas cidades onde o nível social das população é elevado, o Natal é tipicamente português, com todos ingredientes com que é conhecido na Europa, neste caso, em Portugal.
O Natal nas aldeias chega a ter uma característica adequada a baixa condição socio-económica, cultural e intelectual dos cidadãos ali residentes. E muito animado, o povo programa uma festa tradicional com comidas e bebidas conforme a sua região.
Geralmente há missa na noite de 24 para 25 de Dezembro.
Durante o dia, há danças folclóricas.
Bebe-se a Kissanga ou Kimbombo, que são bebidas tradicionais feitas em casa com ferina de cereais.
Os adultos bebem geralmente o caporroto que é uma bebida destilada, feita com banana, ou batata-doce ou ainda com farelo de cereais.
As aldeias vizinhas programam encontros, animados com danças folclóricas.
Os povos praticam desporto, ou outras diversões culturais durante o dia 25 de Dezembro, tais como encontro de footbal, entre grupos pertencentes a aldeias diferentes.
O Natal em Angola, é a maior festa que mobiliza todas populações. Nas aldeias as pessoas são normalmente religiosas. Não se pode falar em religião sem falar de Cristo. Isto torna o Natal, nascimento de Cristo uma história muito interessante.
Natal em São Tomé e Príncipe
Na maravilhosa ilha de S.Tomé e Príncipe, situada no Golfo da Guiné, mais concretamente na linha do Equador, com um clima agradável e um sol envolvente que dá energia às nossas vidas, propõe-se no Natal, uma grande euforia, deixando sorrisos no rosto da gente amável que lá vive.
Na véspera da comemoração do nascimento de Jesus Cristo, as pessoas começam os preparativos, organizando a casa para acolher os seus familiares para a festa. Esmeram-se, principalmente com a sala, decorando a Árvore de Natal, que pode ser natural ou artificial, dependendo das condições financeiras de cada família. Fazem também as compras, sobretudo dos diversos ingredientes para a confecção das várias iguarias tais como: calulu, blá-blá, lussua, jogo, quizacá, azagoa, izaquente, búzio de mato acompanhado com quitxibá cu fluta (banana com fruta), molho no fogo e muqueca (inem ké muê kua sá doxi muitôôôôô). As bebidas também não são esquecidas; há sumo, vinho cerveja, vinho mé-zochi e vin-pemâ (vinho da palma).
Para dar ainda mais alegria e vivacidade à festa de Natal, manda a tradição que certas instituições façam concursos de Paços: presépio feito com diversos materiais, tais como tronco de bananeira, folha andala, bonecos de barro; ficam mesmo fascinantes e o vencedor ganha um prémio. Outra tradição é o padrinho ou a madrinha de Natal, que dá ao seu afilhado alguns presentes.
Quando chega o dia 25 de Dezembro, as famílias reúnem-se: pais, filhos, avós, tios, primos; uma grande família! Antes da ceia, todos vão à missa do galo que termina à meia-noite. Voltam para casa, para festejar o nascimento do Menino Jesus.
Natal no Brasil
No Brasil, por conta de tanta miséria, muitos brasileiros não sabem o que é natal, enquanto troca de presentes, comida e bebida.
Faz a diferença quem celebra o Natal colocando o espírito cristão, não se deixando enganar, mas celebrando verdadeiramente o Natal com a certeza de que no coração do Natal está Jesus. Celebremos o Natal, recordando o nascimento de Jesus, e "Jesus não é uma tradição anual, não é um mito, não é uma fábula. Jesus é parte verdadeira da nossa história humana.
O sentido teológico da vinda de Cristo não destrói por si só a moldura festiva e a poesia do natal, mas a redimensiona e a coloca em seu justo contexto:Jesus que nasce é a Palavra de Deus que se faz carne"(cf. Missal Dominical, pág. 80).
Celebremos o Natal percebendo-o como um tempo de aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus; como tempo de reconciliação, quando devemos afastar de nós o ódio, o rancor, o ressentimento e a inveja; tempo de recuperar os princípios da vida cristã, refletindo o verdadeiro significado do natal, sempre muito evocado, porém pouco meditado; tempo de compreender que Deus armou sua tenda entre nós; o céu desceu à terra. Por amor do Pai fomos contemplados com o maior presente: Jesus na gruta de Belém.
Natal é tempo de chegar até os irmãos e irmãs, amigos e amigas, para simplesmente dizer-lhes, tendo Cristo no coração: Feliz Natal!
O NATAL NA CHINA
Os chineses cristãos comemoram o Natal decorando suas casas com coloridas lanternas de papel. Também as árvores de Natal que são chamadas de "árvores de luz’, são decoradas com lanternas, flores e outros enfeites de papel. Como as crianças americanas, as chinesas também penduram os seus pés-de-meia para que o PAPAI NOEL coloque ali os presentes. Mas lá o seu nome é um pouco mais complicado. O velhinho é chamado de Dun Lhe dao Ren, que significa ‘’velho Natal’. Na estante a grande maioria dos chineses não é cristã. Para essa população a principal festividade deste período é a comemoração do Ano Novo chinês que acontece em uma data variável no final de Janeiro. Durante a festa as crianças recebem novas roupas e brinquedos e há inúmeros shows de fogos de artifícios. Um espectáculo importante da comemoração do Ano Novo na chuva é a homenagem que se presta aos ancestrais. Retratos e pinturas dos ancestrais da família são colocadas na principal peça da casa para serem vistos e lembrados pelos seus actuais membros.
O Natal em Portugal
Em Portugal as pessoas costumam fazer o presépio quando está a chegar o Natal. No presépio está representado o nascimento de Jesus. Tem o menino Jesus, N. Senhora, S. José, a vaca e o burro. Também pode ter ovelhas, pastores e os Reis Magos.
Ao pé do presépio colocamos a árvore de Natal. Antigamente as pessoas iam ao pinhal buscar um pinheirinho pequenino, mas agora compramos um pinheirinho de plástico para proteger a Natureza. Enfeitamo-lo com luzes, estrelas, bolas coloridas e fitas. Na véspera de Natal, realiza-se a Ceia de Natal que reune a familia toda. Costumamos comer bacalhau cozido com batatas, ovo e couves. Para sobremesa há bolo-rei, filhoses, sonhos, rabanadas, arroz-doce e muitos outros. Depois da ceia, a família vai à Missa do Galo. Nesta missa festeja-se o nascimento de Jesus. Chama-se Missa do Galo porque, diz a lenda, que um galo cantou à meia noite, quando Jesus nasceu.
Tradições de Natal na Rússia
O Dia de São Nicolau é celebrado no dia 19 de Dezembro, evocando a viagem de Príncipe Vladimir a Constantinopla no século 11, para ser batizado. Voltou à Rússia com histórias dos milagres de São Nicolau de Mira, conhecido pela sua bondade, especialmente para crianças.
São Nicolau se tornou o sento padroeiro de Moscovo e as suas vestes e barba branca serviram de protótipo para o que se chama Pai natal ou Papá Noel pelo mundo fora.
Na época do Natal, Babouschka distribui as prendas. Ela se esqueceu de dar comida e abrigo aos Três Reis Magos e passou o resto da eternidade a procura deles, visitando as casas das crianças, distribuindo prendas para compensar seu “pecado”.
Outra figura que distribui as prendas é Ded Moroz (Avó Geada), acompanhado pela sua neta, Snegouroschka, a Moça de Neve, que cuida de Ded Moroz e o ajuda a distribuir as prendas na noite de 31 de Dezembro.
Natal na Rússia é baseado no calendário Juliano e por isso celebra-se no dia 6 de Janeiro, a véspera de Natal. A refeição é tradicionalmente sem carne, mas é uma refeição festiva com vários pratos, mas o prato central é Kutya, uma papa feito de bagos e grãos, simbolizando esperança e imortalidade, sementes de papoila e mel, simbolizando sucesso, felicidade e descanso. Todos os presentes comem a Kutya do mesmo prato, símbolo de unidade.
Algumas pessoas atiram uma colher de Kutya contra o tecto e se ficar, sem pingar, a safra de mel será boa para o ano seguinte.
Na véspera de Natal em 6 de Janeiro, as pessoas levam velas e lanternas, e dão a volta à Igreja. Chama-se a Procissão Krestny Khod. Depois do serviço, em que cantam cânticos e rezam, voltam a casa para a ceia de meia noite.
O Natal entre os Ucranianos
Natal representa para todos a festa do nascimento do Menino-Deus, o Messias, o Enviado, Jesus Cristo. Cada nação tem as suas particularidades, costumes e tradições nas celebrações deste evento. Na Ucrânia isto não é diferente. O Natal é uma festa muito rica, de vários costumes, populares e religiosos, que engrandecem e enaltecem o acontecimento.
Os ucranianos na pátria mãe e em alguns lugares da diáspora comemoram o Natal no dia 7 de Janeiro, pois seguem o calendário juliano, que foi implantado pelo Imperador Júlio César no ano 46 a.C., distinguindo-se bastante já neste porém, em relação ao calendário da Igreja no Ocidente, de Rito Latino. Em 1582, o Papa Gregório XIII promulgou o calendário gregoriano que tem uma diferença de 13 dias. Assim, o dia 7 de janeiro do calendário «novo» equivale ao dia 25 de dezembro do calendário «antigo». Entre os ucranianos no Brasil, os Católicos seguem o calendário gregoriano e os Ortodoxos seguem o calendário juliano. Embora a diferença de calendário, os costumes e tradições, tanto religiosas como populares, são mantidas por ambos, com muito respeito. A festa do Natal é precedida por um período de preparação.
Inicia-se no dia 27 de novembro (14 de novembro no calendário gregoriano) com a festa do Apóstolo São Felipe. Chama-se este período de «Pelêpivka». Este tempo é realçado por um período de jejum e penitência, na espera do tão almejado hóspede, o Filho de Deus. Durante este tempo de preparação para o Natal, um momento importante é a celebração da Festa de São Nicolau. No calendário gregoriano, dia 06 de dezembro, no calendário juliano, dia 19 dezembro. São Nicolau é um dos santos mais populares na Ucrânia, embora seja natural do Oriente Médio (cidade de Izmirna, hoje na Turquia). Bispo da Igreja, sempre se destacou pela suas obras de misericórdia e amor fraterno ao próximo. Estes seus gestos sempre tocaram os corações, por isso, são vários os ícones que representam este constante culto a ele prestado em todo o Oriente. Entre os ucranianos, é considerado o patrono dos agricultores, defensor dos animais, patrono do inverno. Porém, acima de tudo, é o patrono das crianças. Por isso, no dia de São Nicolau, costuma-se realizar a troca de presentes entre as pessoas, e presentear, de um modo especial, as crianças. Quem entrega os presentes para as crianças? O próprio São Nicolau. Ele é representado em suas vestes de Bispo oriental, uma pessoa idosa, meiga e carinhosa para com as crianças. Geralmente é acompanhado pelos anjos, que trazem os presentes a serem distribuídos. Representa a bondade, a generosidade, o bem. Porém, na representação de São Nicolau, aparece também a representação do mal, através de uma pessoa mascarada que representa a tentação, o vício, a desordem, o pecado. No diálogo com as crianças, as perguntas dirigem-se em forma de um questionário sobre o bem que elas praticaram ou podem praticar. O presente é a recompensa pelo bem praticado. No Ocidente, São Nicolau foi substituído pela figura do Papai Noel.
Um significado todo especial para a véspera de Natal entre os ucranianos é a realização da Santa Ceia. Ela encerra o período da «Pelêpivka», quaresma de preparação ao nascimento do Filho de Deus. É a festa da família. Reúnem-se todos para a ceia, na celebração de um ritual todo especial. Inicia-se a preparação com a limpeza da casa, tudo deve estar bem asseado para a visita dos familiares, pois juntos estão à espera do hóspede maior. A dona da casa deve estar, neste dia, atarefada com a preparação dos pratos do ritual que serão consumidos durante o jantar. No interior, nas colônias, o dono da casa deve cuidar da sua «hospodarka», a propriedade, procurando fazer a limpeza de todos os espaços de sua «fazenda», alimentar bem os animais, pois eles também fazem parte da realidade da casa. Ao entardecer, todos os membros da família devem estar reunidos. Como deve estar preparada a casa e a mesa da ceia? Prepara-se a «ialenka» – árvore de Natal. Qual o seu significado? A árvore sempre indica para o alto. Lá em cima, deve estar presente a estrela. Ela indica o caminho. Assim como foi para os magos do Oriente. Ela nos guia para o Deus que vem, que é e que será presença entre todos. A árvore é enfeitada com vários adornos, entre estes, os doces, que serão depois apanhados por todos e consumidos. São dádivas, presentes de Deus derramados sobre a humanidade através do Filho Jesus. Quando todos estão já reunidos, o dono da casa – hospódar – traz um feixe de trigo, para dentro da casa. Dá-se a este feixe de trigo o nome de «didukh». Representa ele os antepassados, os falecidos, bem como a fartura, a boa colheita, o progresso, o bem estar das pessoas. O «didukh» é trazido para dentro de casa como um ritual sagrado, com respeito e colocado, então, em um lugar de destaque, anteriormente preparado. A mesa da ceia natalina é forrada com o feno, coberto depois com a toalha bordada. Que representa este feno? A «manjedoura» onde será colocado o Menino. Como a mesa farta, assim também o Filho de Deus trará as bênçãos para todos na família. Deve ser ele acolhido com o calor humano das pessoas, no relacionamento familiar, na unidade e bem estar. Costuma-se colocar sobre a mesa um castiçal de 3 velas que simbolizam a Santíssima Trindade (O Pai, o Filho e o Espírito Santo). No assoalho, sob a mesa, coloca-se a palha de trigo, junto com os instrumentos do trabalho do campo: o machado, a enxada, o «serp» (instrumento para a colheita do trigo), entre outros. São ali colocados, pedindo, para que em toda a propriedade estejam presentes as bênçãos de Deus. A ceia está pronta. Ela deve ser servida quando a primeira estrela aparecer no céu. No inicio, o dono da casa convida a todos para a ceia. Todos devem estar presentes. Fazendo a oração pela família, o «hospódar» - o dono da casa - saúda a todos com as palavras: «Khrestós Rodêvcia!» (Cristo nasceu!). Todos respondem: «Slavimo Iohó» (Glorifiquemo-lo). Em seguida, o «hospódar» serve, para todos os presentes, um pequeno pedaço de pão embebido no mel. Que a vida familiar seja sempre alegre, unida, vivida no bem estar humano e espiritual. Em algumas regiões da Ucrânia e em algumas famílias aqui no Brasil, o dono da casa convida para a ceia também as «tempestades, as enchentes, o granizo, as geadas, os ventos». Espera-se em silêncio. Como não se ouve a resposta, o dono da casa responde: «Como as tempestades, as enchentes, o granizo, as geadas, os ventos, não foram dignos de aceitar o nosso convite para a ceia, que também não apareçam durante o ano, quando não convidados».
Em seguida, serve-se a ceia. Ela é composta de 12 pratos. No passado, representavam eles, os doze meses do ano. No cristianismo, os doze apóstolos, discípulos do Divino Mestre que anunciam a sua mensagem. Cada cristão deve anunciar o bem, testemunhando a doutrina do Divino Mestre Jesus.
O Natal na Roménia
A Roménia é um país que se situa no sudeste da Europa. Tem cerca de 19 milhões de habitantes e a sua capital é Bucareste. Este país orgulha-se dos vários lugares maravilhosos onde se pode desempenhar muitas actividades físicas e culturais e saborear inúmeras iguarias.
Uma das festas mais importantes é o Natal pelo que os cidadãos romenos se preparam para a festa do nascimento de Cristo, mas é, também, a altura certa para as famílias e os amigos se reunirem. As músicas tradicionais, as prendas, a árvore de Natal, a companhia das pessoas e a neve são os elementos que não podem faltar nesta quadra. É a época mais trabalhosa para as mães e os chefes de cozinha de todos os restaurantes. As famosas sormale não podem faltar à mesa. Este prato é composto por carne de porco moída, cenoura, cebola e tomate que, depois, será embrulhado em folhas de couve. A mãmãliga, carne de porco cozida e frita, a sopa de galinha e vários tipos de bolo também estão presentes na mesa de Natal em qualquer família romena.
Dia 6 de Dezembro, celebra-se o São Nicolau. Este dia é muito esperado pelas crianças porque têm que preparar as botas, ou seja, devem estar bem limpas e postas ao pé da porta, à espera do São Nicolau para ele pôr as prendas. Nesta época também se pregam partidas. Os pais, como são os mais velhos e deixaram de acreditar nesse santo, recebem nas suas botas batatas, cebolas e cenouras.
No dia 24 de Dezembro, as famílias fazem a árvore de Natal, preparam as especialidades gastronómicas e as crianças vão cantar de porta em porta canções sobre o nascimento do menino Jesus. Depois do dia de Natal, dia 25, desembrulha-se as prendas distribuídas pelo Pai Natal que, normalmente, são doces, roupa, livros e brinquedos. Os romenos têm o hábito de pendurar os doces na árvore de Natal.
No dia 31, o último dia do ano, as pessoas vão disfarçar-se de bichos feios, ursos, cabras, raposas e outras personagens que as pessoas inventam. Estes vão para a casa dos vizinhos cantar e representar o seu papel com o objectivo de encantar e, claro, receber algum dinheiro em troca ou frutos.
As pessoas mais velhas celebram o Natal no dia 7 de Janeiro devido às velhas tradições, mas, normalmente, o Natal é celebrado nos dias 25, 26 e 27 de Dezembro.
Várias famílias levam o champanhe e os copos para a rua onde, normalmente, há algum concerto na baixa da cidade. Ao tocar da meia-noite, milhares de pessoas abraçam-se e celebram o Ano Novo.
As tradições são muito importantes para os nativos da Roménia visto que elas nunca se perdem, são sempre transmitidas de geração em geração.
As tradições de Natal na Guiné-Bissau são bastante diferentes das europeias. Mesmo dentro da Guiné existem grandes diferenças entre a capital do país, Bissau, e o interior do país. Independentemente do local onde vivem, cada etnia tem as suas próprias tradições e os guineenses que são católicos celebram o Natal de formas diversificadas.
No interior do país é habitual juntarem-se grupos de jovens da etnia Balanta e também de outras etnias durante a época das chuvas para fazerem a lavoura nas terras. Estes grupos são constituídos por cerca de 15 jovens. O pagamento desse trabalho é feito pelo dono de cada terra, através do pagamento de uma certa quantia ou de produtos (um porco, sacos de arroz ou outros produtos). Um dos jovens fica responsável por guardar o pagamento até à época do Natal. Com o aproximar do Natal, o grupo constrói uma barraca com folhas de palmeira, afastada da tabanca para os habitantes da aldeia não ouvirem o barulho dos festejos. Na noite de 24 de Dezembro os jovens de cada grupo juntam-se, matam um porco e dançam até à manhã de dia 25. No dia 25 convidam os mais velhos da tabanca e fazem uma grande festa onde comem, bebem, brincam e celebram durante todo o dia.
Em Bissau há missa à meia-noite na véspera de Natal. Algumas famílias fazem uma ceia na noite de 24 de Dezembro. Embora não haja nenhuma comida típica para a ceia, podem fazer pratos tradicionais da Guiné-Bissau, como caldo de chabéu, caldo branco ou outros. A etnia Bijagó tem por tradição comer caldo de chabéu. No dia de Natal a festa dura todo o dia. Algumas pessoas cortam uma árvore do Bairro da Granja e é hábito decorá-la com balões.
Natal em Cabo-Verde
O Natal é uma das festividades mais importantes em Cabo Verde, onde as celebrações têm um grande pendor religioso, cujas origens enraízam na colonização portuguesa. No entanto, o aspecto mais importante e que prevalece é o da festa da família, oportunidade para o regresso dos emigrantes e dos estudantes, que voltam à sua ilha natal para comemorar o Natal com os pais, avós e outros familiares.
Nos últimos anos, vem-se generalizando, nalgumas famílias dos centros urbanos das ilhas, o prato de bacalhau, geralmente cozido com legumes, bem como o perú assada no forno. Outro prato preferido especialmente nas zonas mais rurais é o cabrito,chamado “cabritada”. São ainda também bastante populares os bolos, os doces de coco e de leite. Os pratos dependem grandemente das tradições locais, pois, por exemplo, em Santo Antão e São Nicolau ainda é usual cozinhar também o xerén, a chanfana, e noutras ilhas como o Fogo e Santiago o djagacida e o tchacina. De forte tradição são ainda os fidjose, pastéis de milho e, ultimamente as rabanadas, os sonhos e as broas.
O dia de Natal também encerra algumas tradições especiais: a família passa este dia reunida e partilha uma refeição especial, em regra o almoço. Aqui normalmente é servido ou um prato de bacalhau ou peru assado, nas famílias de mais posses, naturalmente.
Uma tradição também muito importante no período de Natal, é o Bolo-rei. Originalmente era um bolo especial que se destinava a celebrar o Dia de Reis, a 6 de Janeiro, data em que se supõe que os Reis Magos teriam chegado a Belém para oferecer presentes ao menino Jesus. O significado específico do bolo já deixou de ser associado ao dia de Reis unicamente, sendo consumido durante toda época natalícia.
O Natal em Angola
O Natal só ficou conhecido em Angola depois que o colono português lá chegou, pois este na sua expansão colonial fazia se acompanhar sempre de missionário. Lembro aqui que, com os descobrimentos os portugueses visavam expandir o império colonial e a fé de Crista.
Com a evangelização, o Natal tornou-se uma festa hoje assumida como tradicional em Angola, sendo assim, comemorada em todo o País.
Há uma diferença entre o Natal das cidades e das aldeias.
Nas cidades onde o nível social das população é elevado, o Natal é tipicamente português, com todos ingredientes com que é conhecido na Europa, neste caso, em Portugal.
O Natal nas aldeias chega a ter uma característica adequada a baixa condição socio-económica, cultural e intelectual dos cidadãos ali residentes. E muito animado, o povo programa uma festa tradicional com comidas e bebidas conforme a sua região.
Geralmente há missa na noite de 24 para 25 de Dezembro.
Durante o dia, há danças folclóricas.
Bebe-se a Kissanga ou Kimbombo, que são bebidas tradicionais feitas em casa com ferina de cereais.
Os adultos bebem geralmente o caporroto que é uma bebida destilada, feita com banana, ou batata-doce ou ainda com farelo de cereais.
As aldeias vizinhas programam encontros, animados com danças folclóricas.
Os povos praticam desporto, ou outras diversões culturais durante o dia 25 de Dezembro, tais como encontro de footbal, entre grupos pertencentes a aldeias diferentes.
O Natal em Angola, é a maior festa que mobiliza todas populações. Nas aldeias as pessoas são normalmente religiosas. Não se pode falar em religião sem falar de Cristo. Isto torna o Natal, nascimento de Cristo uma história muito interessante.
Natal em São Tomé e Príncipe
Na maravilhosa ilha de S.Tomé e Príncipe, situada no Golfo da Guiné, mais concretamente na linha do Equador, com um clima agradável e um sol envolvente que dá energia às nossas vidas, propõe-se no Natal, uma grande euforia, deixando sorrisos no rosto da gente amável que lá vive.
Na véspera da comemoração do nascimento de Jesus Cristo, as pessoas começam os preparativos, organizando a casa para acolher os seus familiares para a festa. Esmeram-se, principalmente com a sala, decorando a Árvore de Natal, que pode ser natural ou artificial, dependendo das condições financeiras de cada família. Fazem também as compras, sobretudo dos diversos ingredientes para a confecção das várias iguarias tais como: calulu, blá-blá, lussua, jogo, quizacá, azagoa, izaquente, búzio de mato acompanhado com quitxibá cu fluta (banana com fruta), molho no fogo e muqueca (inem ké muê kua sá doxi muitôôôôô). As bebidas também não são esquecidas; há sumo, vinho cerveja, vinho mé-zochi e vin-pemâ (vinho da palma).
Para dar ainda mais alegria e vivacidade à festa de Natal, manda a tradição que certas instituições façam concursos de Paços: presépio feito com diversos materiais, tais como tronco de bananeira, folha andala, bonecos de barro; ficam mesmo fascinantes e o vencedor ganha um prémio. Outra tradição é o padrinho ou a madrinha de Natal, que dá ao seu afilhado alguns presentes.
Quando chega o dia 25 de Dezembro, as famílias reúnem-se: pais, filhos, avós, tios, primos; uma grande família! Antes da ceia, todos vão à missa do galo que termina à meia-noite. Voltam para casa, para festejar o nascimento do Menino Jesus.
Natal no Brasil
No Brasil, por conta de tanta miséria, muitos brasileiros não sabem o que é natal, enquanto troca de presentes, comida e bebida.
Faz a diferença quem celebra o Natal colocando o espírito cristão, não se deixando enganar, mas celebrando verdadeiramente o Natal com a certeza de que no coração do Natal está Jesus. Celebremos o Natal, recordando o nascimento de Jesus, e "Jesus não é uma tradição anual, não é um mito, não é uma fábula. Jesus é parte verdadeira da nossa história humana.
O sentido teológico da vinda de Cristo não destrói por si só a moldura festiva e a poesia do natal, mas a redimensiona e a coloca em seu justo contexto:Jesus que nasce é a Palavra de Deus que se faz carne"(cf. Missal Dominical, pág. 80).
Celebremos o Natal percebendo-o como um tempo de aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus; como tempo de reconciliação, quando devemos afastar de nós o ódio, o rancor, o ressentimento e a inveja; tempo de recuperar os princípios da vida cristã, refletindo o verdadeiro significado do natal, sempre muito evocado, porém pouco meditado; tempo de compreender que Deus armou sua tenda entre nós; o céu desceu à terra. Por amor do Pai fomos contemplados com o maior presente: Jesus na gruta de Belém.
Natal é tempo de chegar até os irmãos e irmãs, amigos e amigas, para simplesmente dizer-lhes, tendo Cristo no coração: Feliz Natal!
O NATAL NA CHINA
Os chineses cristãos comemoram o Natal decorando suas casas com coloridas lanternas de papel. Também as árvores de Natal que são chamadas de "árvores de luz’, são decoradas com lanternas, flores e outros enfeites de papel. Como as crianças americanas, as chinesas também penduram os seus pés-de-meia para que o PAPAI NOEL coloque ali os presentes. Mas lá o seu nome é um pouco mais complicado. O velhinho é chamado de Dun Lhe dao Ren, que significa ‘’velho Natal’. Na estante a grande maioria dos chineses não é cristã. Para essa população a principal festividade deste período é a comemoração do Ano Novo chinês que acontece em uma data variável no final de Janeiro. Durante a festa as crianças recebem novas roupas e brinquedos e há inúmeros shows de fogos de artifícios. Um espectáculo importante da comemoração do Ano Novo na chuva é a homenagem que se presta aos ancestrais. Retratos e pinturas dos ancestrais da família são colocadas na principal peça da casa para serem vistos e lembrados pelos seus actuais membros.
O Natal em Portugal
Em Portugal as pessoas costumam fazer o presépio quando está a chegar o Natal. No presépio está representado o nascimento de Jesus. Tem o menino Jesus, N. Senhora, S. José, a vaca e o burro. Também pode ter ovelhas, pastores e os Reis Magos.
Ao pé do presépio colocamos a árvore de Natal. Antigamente as pessoas iam ao pinhal buscar um pinheirinho pequenino, mas agora compramos um pinheirinho de plástico para proteger a Natureza. Enfeitamo-lo com luzes, estrelas, bolas coloridas e fitas. Na véspera de Natal, realiza-se a Ceia de Natal que reune a familia toda. Costumamos comer bacalhau cozido com batatas, ovo e couves. Para sobremesa há bolo-rei, filhoses, sonhos, rabanadas, arroz-doce e muitos outros. Depois da ceia, a família vai à Missa do Galo. Nesta missa festeja-se o nascimento de Jesus. Chama-se Missa do Galo porque, diz a lenda, que um galo cantou à meia noite, quando Jesus nasceu.
Tradições de Natal na Rússia
O Dia de São Nicolau é celebrado no dia 19 de Dezembro, evocando a viagem de Príncipe Vladimir a Constantinopla no século 11, para ser batizado. Voltou à Rússia com histórias dos milagres de São Nicolau de Mira, conhecido pela sua bondade, especialmente para crianças.
São Nicolau se tornou o sento padroeiro de Moscovo e as suas vestes e barba branca serviram de protótipo para o que se chama Pai natal ou Papá Noel pelo mundo fora.
Na época do Natal, Babouschka distribui as prendas. Ela se esqueceu de dar comida e abrigo aos Três Reis Magos e passou o resto da eternidade a procura deles, visitando as casas das crianças, distribuindo prendas para compensar seu “pecado”.
Outra figura que distribui as prendas é Ded Moroz (Avó Geada), acompanhado pela sua neta, Snegouroschka, a Moça de Neve, que cuida de Ded Moroz e o ajuda a distribuir as prendas na noite de 31 de Dezembro.
Natal na Rússia é baseado no calendário Juliano e por isso celebra-se no dia 6 de Janeiro, a véspera de Natal. A refeição é tradicionalmente sem carne, mas é uma refeição festiva com vários pratos, mas o prato central é Kutya, uma papa feito de bagos e grãos, simbolizando esperança e imortalidade, sementes de papoila e mel, simbolizando sucesso, felicidade e descanso. Todos os presentes comem a Kutya do mesmo prato, símbolo de unidade.
Algumas pessoas atiram uma colher de Kutya contra o tecto e se ficar, sem pingar, a safra de mel será boa para o ano seguinte.
Na véspera de Natal em 6 de Janeiro, as pessoas levam velas e lanternas, e dão a volta à Igreja. Chama-se a Procissão Krestny Khod. Depois do serviço, em que cantam cânticos e rezam, voltam a casa para a ceia de meia noite.
O Natal entre os Ucranianos
Natal representa para todos a festa do nascimento do Menino-Deus, o Messias, o Enviado, Jesus Cristo. Cada nação tem as suas particularidades, costumes e tradições nas celebrações deste evento. Na Ucrânia isto não é diferente. O Natal é uma festa muito rica, de vários costumes, populares e religiosos, que engrandecem e enaltecem o acontecimento.
Os ucranianos na pátria mãe e em alguns lugares da diáspora comemoram o Natal no dia 7 de Janeiro, pois seguem o calendário juliano, que foi implantado pelo Imperador Júlio César no ano 46 a.C., distinguindo-se bastante já neste porém, em relação ao calendário da Igreja no Ocidente, de Rito Latino. Em 1582, o Papa Gregório XIII promulgou o calendário gregoriano que tem uma diferença de 13 dias. Assim, o dia 7 de janeiro do calendário «novo» equivale ao dia 25 de dezembro do calendário «antigo». Entre os ucranianos no Brasil, os Católicos seguem o calendário gregoriano e os Ortodoxos seguem o calendário juliano. Embora a diferença de calendário, os costumes e tradições, tanto religiosas como populares, são mantidas por ambos, com muito respeito. A festa do Natal é precedida por um período de preparação.
Inicia-se no dia 27 de novembro (14 de novembro no calendário gregoriano) com a festa do Apóstolo São Felipe. Chama-se este período de «Pelêpivka». Este tempo é realçado por um período de jejum e penitência, na espera do tão almejado hóspede, o Filho de Deus. Durante este tempo de preparação para o Natal, um momento importante é a celebração da Festa de São Nicolau. No calendário gregoriano, dia 06 de dezembro, no calendário juliano, dia 19 dezembro. São Nicolau é um dos santos mais populares na Ucrânia, embora seja natural do Oriente Médio (cidade de Izmirna, hoje na Turquia). Bispo da Igreja, sempre se destacou pela suas obras de misericórdia e amor fraterno ao próximo. Estes seus gestos sempre tocaram os corações, por isso, são vários os ícones que representam este constante culto a ele prestado em todo o Oriente. Entre os ucranianos, é considerado o patrono dos agricultores, defensor dos animais, patrono do inverno. Porém, acima de tudo, é o patrono das crianças. Por isso, no dia de São Nicolau, costuma-se realizar a troca de presentes entre as pessoas, e presentear, de um modo especial, as crianças. Quem entrega os presentes para as crianças? O próprio São Nicolau. Ele é representado em suas vestes de Bispo oriental, uma pessoa idosa, meiga e carinhosa para com as crianças. Geralmente é acompanhado pelos anjos, que trazem os presentes a serem distribuídos. Representa a bondade, a generosidade, o bem. Porém, na representação de São Nicolau, aparece também a representação do mal, através de uma pessoa mascarada que representa a tentação, o vício, a desordem, o pecado. No diálogo com as crianças, as perguntas dirigem-se em forma de um questionário sobre o bem que elas praticaram ou podem praticar. O presente é a recompensa pelo bem praticado. No Ocidente, São Nicolau foi substituído pela figura do Papai Noel.
Um significado todo especial para a véspera de Natal entre os ucranianos é a realização da Santa Ceia. Ela encerra o período da «Pelêpivka», quaresma de preparação ao nascimento do Filho de Deus. É a festa da família. Reúnem-se todos para a ceia, na celebração de um ritual todo especial. Inicia-se a preparação com a limpeza da casa, tudo deve estar bem asseado para a visita dos familiares, pois juntos estão à espera do hóspede maior. A dona da casa deve estar, neste dia, atarefada com a preparação dos pratos do ritual que serão consumidos durante o jantar. No interior, nas colônias, o dono da casa deve cuidar da sua «hospodarka», a propriedade, procurando fazer a limpeza de todos os espaços de sua «fazenda», alimentar bem os animais, pois eles também fazem parte da realidade da casa. Ao entardecer, todos os membros da família devem estar reunidos. Como deve estar preparada a casa e a mesa da ceia? Prepara-se a «ialenka» – árvore de Natal. Qual o seu significado? A árvore sempre indica para o alto. Lá em cima, deve estar presente a estrela. Ela indica o caminho. Assim como foi para os magos do Oriente. Ela nos guia para o Deus que vem, que é e que será presença entre todos. A árvore é enfeitada com vários adornos, entre estes, os doces, que serão depois apanhados por todos e consumidos. São dádivas, presentes de Deus derramados sobre a humanidade através do Filho Jesus. Quando todos estão já reunidos, o dono da casa – hospódar – traz um feixe de trigo, para dentro da casa. Dá-se a este feixe de trigo o nome de «didukh». Representa ele os antepassados, os falecidos, bem como a fartura, a boa colheita, o progresso, o bem estar das pessoas. O «didukh» é trazido para dentro de casa como um ritual sagrado, com respeito e colocado, então, em um lugar de destaque, anteriormente preparado. A mesa da ceia natalina é forrada com o feno, coberto depois com a toalha bordada. Que representa este feno? A «manjedoura» onde será colocado o Menino. Como a mesa farta, assim também o Filho de Deus trará as bênçãos para todos na família. Deve ser ele acolhido com o calor humano das pessoas, no relacionamento familiar, na unidade e bem estar. Costuma-se colocar sobre a mesa um castiçal de 3 velas que simbolizam a Santíssima Trindade (O Pai, o Filho e o Espírito Santo). No assoalho, sob a mesa, coloca-se a palha de trigo, junto com os instrumentos do trabalho do campo: o machado, a enxada, o «serp» (instrumento para a colheita do trigo), entre outros. São ali colocados, pedindo, para que em toda a propriedade estejam presentes as bênçãos de Deus. A ceia está pronta. Ela deve ser servida quando a primeira estrela aparecer no céu. No inicio, o dono da casa convida a todos para a ceia. Todos devem estar presentes. Fazendo a oração pela família, o «hospódar» - o dono da casa - saúda a todos com as palavras: «Khrestós Rodêvcia!» (Cristo nasceu!). Todos respondem: «Slavimo Iohó» (Glorifiquemo-lo). Em seguida, o «hospódar» serve, para todos os presentes, um pequeno pedaço de pão embebido no mel. Que a vida familiar seja sempre alegre, unida, vivida no bem estar humano e espiritual. Em algumas regiões da Ucrânia e em algumas famílias aqui no Brasil, o dono da casa convida para a ceia também as «tempestades, as enchentes, o granizo, as geadas, os ventos». Espera-se em silêncio. Como não se ouve a resposta, o dono da casa responde: «Como as tempestades, as enchentes, o granizo, as geadas, os ventos, não foram dignos de aceitar o nosso convite para a ceia, que também não apareçam durante o ano, quando não convidados».
Em seguida, serve-se a ceia. Ela é composta de 12 pratos. No passado, representavam eles, os doze meses do ano. No cristianismo, os doze apóstolos, discípulos do Divino Mestre que anunciam a sua mensagem. Cada cristão deve anunciar o bem, testemunhando a doutrina do Divino Mestre Jesus.
O Natal na Roménia
A Roménia é um país que se situa no sudeste da Europa. Tem cerca de 19 milhões de habitantes e a sua capital é Bucareste. Este país orgulha-se dos vários lugares maravilhosos onde se pode desempenhar muitas actividades físicas e culturais e saborear inúmeras iguarias.
Uma das festas mais importantes é o Natal pelo que os cidadãos romenos se preparam para a festa do nascimento de Cristo, mas é, também, a altura certa para as famílias e os amigos se reunirem. As músicas tradicionais, as prendas, a árvore de Natal, a companhia das pessoas e a neve são os elementos que não podem faltar nesta quadra. É a época mais trabalhosa para as mães e os chefes de cozinha de todos os restaurantes. As famosas sormale não podem faltar à mesa. Este prato é composto por carne de porco moída, cenoura, cebola e tomate que, depois, será embrulhado em folhas de couve. A mãmãliga, carne de porco cozida e frita, a sopa de galinha e vários tipos de bolo também estão presentes na mesa de Natal em qualquer família romena.
Dia 6 de Dezembro, celebra-se o São Nicolau. Este dia é muito esperado pelas crianças porque têm que preparar as botas, ou seja, devem estar bem limpas e postas ao pé da porta, à espera do São Nicolau para ele pôr as prendas. Nesta época também se pregam partidas. Os pais, como são os mais velhos e deixaram de acreditar nesse santo, recebem nas suas botas batatas, cebolas e cenouras.
No dia 24 de Dezembro, as famílias fazem a árvore de Natal, preparam as especialidades gastronómicas e as crianças vão cantar de porta em porta canções sobre o nascimento do menino Jesus. Depois do dia de Natal, dia 25, desembrulha-se as prendas distribuídas pelo Pai Natal que, normalmente, são doces, roupa, livros e brinquedos. Os romenos têm o hábito de pendurar os doces na árvore de Natal.
No dia 31, o último dia do ano, as pessoas vão disfarçar-se de bichos feios, ursos, cabras, raposas e outras personagens que as pessoas inventam. Estes vão para a casa dos vizinhos cantar e representar o seu papel com o objectivo de encantar e, claro, receber algum dinheiro em troca ou frutos.
As pessoas mais velhas celebram o Natal no dia 7 de Janeiro devido às velhas tradições, mas, normalmente, o Natal é celebrado nos dias 25, 26 e 27 de Dezembro.
Várias famílias levam o champanhe e os copos para a rua onde, normalmente, há algum concerto na baixa da cidade. Ao tocar da meia-noite, milhares de pessoas abraçam-se e celebram o Ano Novo.
As tradições são muito importantes para os nativos da Roménia visto que elas nunca se perdem, são sempre transmitidas de geração em geração.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Ontem, dia 2 de Dezembro, recebemos a visita da ilustradora e também escritora Carla Antunes. A sua recepção foi na nossa BE/CRE onde autografou os livros adquiridos pelos alunos. Depois foi para o ginásio receber todas as turmas e ensinou como fazer um desenho. Os alunos gostaram muito e ofereceram muitos dos trabalhos realizados nas salas de aula.
Subscrever:
Mensagens (Atom)